Natural de Itaporanga-SP, Angela Maria Fortunato chegou em Joanópolis no ano de 2006 para trabalhar e morar em uma chácara na beira da represa, onde permaneceu com sua família até 2008. Teve uma breve passagem no ramo da costura, mas convidada a ser caseira novamente, junto com o seu marido na época, em 2009, iniciou o trabalho na chácara de Fernando Calixto e Adriana Motoyama, onde sua trajetória tomaria um novo rumo.

Em 2011, separou-se do esposo e com as filhas Gabriela e Isabela Fortunato permaneceu no mesmo local com o apoio do casal Fernando e Adriana até 2015. Aprovada em um concurso da Prefeitura de Joanópolis, passou a ser funcionária pública desde 2013, recomeçando sua vida juntamente às filhas – e a opção de morar de aluguel – o que lhe exigiu uma renda maior e a fez começar mais uma atividade: trabalhar com comidas.

No início começou com os bolos, depois lanches e “marmitinhas” até virar cozinheira particular na casa das pessoas, um talento e potencial que andou de “boca em boca”, divulgação de fotos e gama de clientela fortalecendo a qualidade e o profissionalismo de sua atuação.

Após muitas lutas e esforço, Angela, atualmente com 51 anos de idade, exerce o cargo de auxiliar administrativo na Prefeitura, além de ser Personal Chef de Cozinha – essa nova profissão onde ela é a detentora de todo o funcionamento – divulga, vende a prestação de serviços e executa. Tanto trabalho, dedicação e muitos clientes lhe fez buscar cursos na área, e hoje ela é universitária na USF de Bragança Paulista no curso Tecnólogo em Gastronomia.

Ângela, saudosista, relembra com carinho o que gerou essa história cujo relato fortalece qualquer objetivo e sonhos. “Minhas primeiras clientes foram as pessoas mais importantes no começo de minha carreira na gastronomia (não quero ser injusta citando nomes, são muitos!), me incentivaram, me chamaram de forma constante, me emprestaram churrasqueiras, utensílios, me vendem com crédito, me apoiam ensinando a caminhar, e eu trabalho acreditando que tudo sempre vai dar certo. Essa força também me levou a ser instrutora culinária, formada pela professora Fátima, da Anglo, onde tive a honra de falar sobre comida básica para alunos e amigos, atividade que pretendo retomar assim que me graduar”.

Ângela, que é muito procurada para essa atividade da gastronomia, contou que faz eventos pequenos para famílias tradicionais do município e ainda nas cidades de Extrema, Piracaia e Atibaia. Ela procura fazer um bom atendimento, simples, mas acrescido de um pouco de graça e, na medida possível, um “glamour”, buscando fazer o melhor como se fosse à sua própria casa.

Ela tem hoje também uma equipe de peso, que a ajuda de forma espontânea com uma remuneração diária de acordo com o tamanho do evento, pessoas a qual tem muito carinho e respeito, colaboradores que a acompanham e se renovam pelos grandes sonhos, e voam. “Percebo que o ramo da gastronomia é amplo e suporta muita gente com estilos e atendimentos diferentes. Procuro me informar, atualizar sempre e o quanto posso aprender para melhor atender”.

Perguntada sobre uma superação que mereça ser citada, a empreendedora complementa ainda falando sobre a gastronomia na sua vida. “Desenvolvendo esse trabalho, consegui tirar minha CNH, comprei um veículo (simples e de trabalho) e assim tenho conseguido fazer planejamentos para o futuro, como investir em estudos. Tenho o sonho de ter meu canto e minha paz”, conta.

Com carinho e muita emoção, Angela diz a reportagem: “Devo tudo isso a Joanópolis, que me acolheu no momento em que mais precisei, às pessoas que acreditaram em mim e no meu trabalho. Sei que conto com apoio de amigos, clientes e, principalmente, de minhas filhas Gabriela e Isabela que me ajudaram a chegar até aqui. Tenho muito trabalho a fazer, só peço a Deus saúde e que me livre do mal”.

“Desejo ensinar que as pessoas podem através do trabalho vencer as dificuldades da vida, dizer que com a mão na massa elas podem ser mais que vencedoras. Eu também pretendo ensinar que é possível você alcançar uma vida que, por mais difícil que esteja ter amor pelo que faz e dividir saberes é o caminho mais gratificante e próspero. Quero dizer com a minha vida sofrida e corrida que um dia vou chegar no meu cantinho de paz.”, completa.

Para concluir, acrescentamos algo sobre Ângela que forma exemplo quando a vemos atuando: sua participação na comunidade católica, onde após a crisma e a catequese de adulto, passou, desde 2011, a fazer parte do Coral da Paróquia São João Batista, onde constantemente nos encanta com suas belíssimas interpretações juntamente ao grupo.

Fotos: Angela recomeçou sua vida juntamente às filhas Gabriela e Isabela e a exigência de uma renda maior, além de ser funcionária pública a fez trabalhar com comidas. Começou com os bolos, até virar cozinheira particular na casa das pessoas, fortalecendo a qualidade e o profissionalismo de sua atuação. Hoje ela é universitária no curso Tecnólogo em Gastronomia. Constantemente também nos encanta com suas interpretações no Coral da Paróquia São João Batista.

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*Reportagem publicada no impresso Jornal TRIBUNA da Cidade – Edi. 179 - setembro de 2023.

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